sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

REFLEXÃO PARA A SOLENIDADE DE SANTA MÃE DE DEUS - Lc 2,16-21:

 


Durante oito dias, desde a noite santa da solene vigília de natal, a Igreja permaneceu ao redor do menino e de seus pais no estábulo de Belém. Hoje, a liturgia celebra a Solenidade de Maria Mãe de Deus, uma proclamação da fé da Igreja acima de tudo cristológica – relacionada à Fé em Jesus de Nazaré. Tudo o que se pode dizer acerca de Maria, Mãe de Jesus, só é possível em virtude do que é e do que sempre foi dito acerca de seu filho.

Na solenidade do santo Natal, a Igreja faz a memória do mistério da Encarnação, ou seja, Deus que se fez carne, armando sua tenda entre nós (Jo 1,14). Com a solenidade de Maria, mãe de Deus, pretende-se visibilizar ainda mais a realidade deste mistério, colocando acento, agora, na humanidade do Filho.

A proclamação de Fé eclesial sobre a maternidade de Maria, que já era celebrada pela tradição orante da Igreja, possui seu contexto histórico. O bispo de Antioquia, Nestório (sec. III d.C) e seus companheiros acreditavam (de modo equivocado) que a humanidade e divindade de Jesus eram distintas e separadas. O que, desde as primeiras profissões da fé Cristológica, a começar por Niceia (325 d.C) e culminando em Calcedônia (451 d.C), professaram o contrário. A Igreja professava já a unidade das naturezas na pessoa de Cristo. Mas somente em 431, o Concílio de Éfeso, através de Cirilo de Alexandria, reafirmou esta fé cristológica: em Jesus existe uma comunicação (de idiomas) tão grande entre humanidade e divindade. Assim, Maria é mãe de Jesus Cristo, e não só de sua humanidade. Dizer que Maria é mãe de Deus, significa confessar que o Logos-Palavra de Deus assumiu concretamente a natureza humana: Jesus é verdadeiro e plenamente Deus; verdadeiro e plenamente homem. Como dizia o grande Ambrósio, bispo de Milão, Maria foi primeiro mãe de Jesus no coração, para ir se tornando mãe de Deus na Carne. E isso, só foi possível mediante sua condição exemplar de discípula. É a segunda lição que o evangelho desta solenidade quer nos transmitir. Por isso, somos convidados a adentrar no seu horizonte.

A liturgia traz para a nossa meditação, a continuidade do texto do Evangelho segundo Lucas (Lc 2,16-21). Sabemos, que neste evangelho, Maria ocupa o modelo do discípulo do Reino. As características fundamentais residem na escuta, no acolhimento, e no cumprimento da Palavra de Deus na vida, e através dela, na história humana. A Mãe de Jesus apresenta estas características neste mini-evangelho da infância. 

Lucas, após o parto, descreve os acontecimentos seguintes com uma aureola em torno deles, ao mesmo tempo despojado e misterioso. Temos as narrativas dos pastores, os quais passam a fazer parte da temática da exclusão. Os pastores eram os mais humildes e desprezados porque conviviam com os animais, por isso não eram habilitados para o cumprimento das prescrições legais e rituais do culto judaico. No v.16, eles vão se certificar do evangelho que lhes fora dito pelo mensageiro celestial. O terceiro evangelho é caracterizado pelo tema da pobreza. A primeira palavra que sai da boca de Jesus, na Sinagoga de Nazaré, é que seu projeto de vida contempla o anúncio aos pobres, e que o Espírito do Senhor estaria sobre ele, e o ungira para esta missão (Lc 4,18). Ora, entre as muitas faces do terceiro evangelho, está o aspecto da salvação para os pobres, os últimos, a inversão escatológica, onde os primeiros se tornam últimos, e os últimos se tornam os primeiros. Ora, o Evangelho de Lucas é o mais social dos escritos do NT. Lucas é plenamente o evangelista dos pobres; aqueles aos quais os anjos anunciam um evangelho de Alegria, se tornam anunciadores desta Boa Noticia.

O Evangelista nos informa a postura da mãe do Menino. Ela guardava e meditava no seu coração todas aquelas coisas. Temos aqui o sentido rico e autêntico do verbo guardar (hbr. shemá), que é como no nosso português popular, o verbo curtir: Maria ficou curtindo todas essas coisas no coração. Por mais que a imagem da ruminação seja aplicada ao evangelho de João, podemos entender essa atitude de Maria de “guardar no coração”, como sendo uma ruminação, ou mesmo um confronto consigo mesma. É a postura do discípulo do Reino.

No esquema da obra lucana, o discípulo de Jesus é aquele que escuta a palavra de Deus, a acolhe em seu íntimo, ruminando-a, para, enfim, colocá-la em prática, frutificando a Palavra de Deus através da vida e do serviço aos irmãos. Com a informação que Lucas nos dá sobre a mãe do menino, o leitor do evangelho é convidado e enxergar nela o modelo, a exemplaridade do discípulo de Jesus.

O v.21 encerra para nós a narrativa de hoje: “Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido”. O evangelista revela aos leitores-ouvintes de seu evangelho qual será a vocação do menino. Jesus é a tradução do hebraico Y’eshua, que significa “Deus salva”. Nesse sentido, a salvação não vem do imperador de Roma, que recebia o título de salvador (gr. Sôter), mas do menino envolto em faixas, na manjedoura. Deste menino, do qual Maria, da condição de mãe, é chamada a assumir a condição de discípula.

Quando proclamamos “Maria, mãe de Deus”, estamos dizendo, conforme o dogma, que ela é a mãe do Filho de Deus encarnado. Maria não se tornou uma deusa, nem entrou na Trindade. Por isso, devemos vê-la em relação às pessoas deste Deus Uno e Trino. Eis o terceiro ensinamento para solenidade de hoje.

Em relação ao Pai, Maria é uma filha predileta. Ela foi agraciada com ternura pelo Criador, que a moldou com especial carinho. Ao mesmo tempo, Maria concretiza, de forma humana, a eterna geração que o Pai realiza com o Filho, no seio da Trindade. Como toda mãe ou pai, ela é figura do amor criador de Deus-Pai. Em relação ao Filho, Maria é mãe, educadora e discípula. O seu relacionamento com Jesus supera os laços de família. Maria é mãe, mas sua missão vai mais além. Esteve junto de Jesus durante sua vida terrena e, agora, glorificada, continua junto do Filho ressuscitado, na comunhão dos Santos. No tocante ao Espírito Santo, Maria é uma pessoa plena Dele. Como perfeita discípula de Jesus, acolheu o Espírito e fez-se transparente a ele. Tornou-se um templo vivo de Deus e se transformou, por Graça, na mãe do Messias.

O dogma da maternidade de Maria é, igualmente, um convite para homens e mulheres recuperarem sua dimensão materna. A declaração de fé toca a vocação de cada discípulo e discípula do Reino, pertencente à comunidade eclesial, por serem, através do Batismo, Igreja. Maria é imagem da Igreja em sua dimensão glorificada. Por isso, a Igreja é mãe. E à luz da maternidade de Maria, ela gera, alimenta, dá vida e cuida dos filhos de Deus nascidos no Batismo, através da Fé que transmite, da Palavra de Deus e dos Sacramentos de Seu Filho Jesus. A Maternidade de Maria ajuda-nos a abrir-nos para o projeto de Deus: escutar (ouvir), acolher e realizar a Palavra de Deus em nossa vida e através dela. Este é o melhor bom propósito para este novo tempo da Graça – Kairós – de Deus, que se inicia.

 

Pe. João Paulo Sillio.

Santuário São Judas Tadeu, Avaré / Arquidiocese de Botucatu-SP.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

REFLEXÃO PARA A NOITE SANTA DO NATAL - Lc 2,1-15:

 


A noite santa na qual a Igreja faz a memória atualizadora da completude do mistério da Encarnação, da primeira vinda do Senhor, é iluminada por esse riquíssimo texto evangélico de Lucas, Lc 2,1-15. O catequista, mais do que transmitir uma crônica de um acontecimento real, ele faz uma interpretação do acontecido à luz da fé Cristã – uma teologia da história.  

O evangelista nos informa a respeito de um recenseamento de todo o mundo habitado (gr. Oikumênen) ordenado por Cesar Otaviano Augusto. Um levantamento do povo, por volta do ano 5 a.C, quando Quirino era governador da Síria, que incluía a Palestina (v.2). O evangelista possui uma visão ecumênica, ou melhor, inclusiva (universal, se preferir) na transmissão de seu relato. Otaviano foi o primeiro imperador que outorgou a si o título de “Augustus”, isto é, “aquele que é digno de veneração; o poderoso; o divino”. O censo ordenado pelo imperador tinha, na verdade, a seguinte intenção: saber se a população havia aumentado para arrecadar mais impostos. Uma nota importante: sempre que os reis de Israel tomavam essa iniciativa, Deus os censurava através dos profetas, porque Ele era o único senhor do povo, e não o rei. Nesse sentido, o rei acabava usurpando o lugar de Deus na vida do povo. Do mesmo modo, a atitude do imperador anotada por Lucas indica a sua pretensão de ser senhor de tudo e estar acima de tudo. Esta visão o autor quer logo corrigir: se Cesar Otaviano “Augusto” quer elevar-se, Deus em seu mistério de amor subverte esta logica e se põe no mesmo nível da humanidade. Ele faz o movimento inverso, descendo até a humanidade marcada pela injustiça, pela dominação, pela morte. Diferentemente do imperador, que toma a vida e é sinal das estruturas de morte, Deus comunica um Evangelho de vida. É o que o evangelista tratará de transmitir no decorrer da narrativa.

Lucas nos informa os versículos seguinte (v.4-6) alguns dados importantes: José, de Nazaré foi à Belém (v.4), sua cidade, juntamente com Maria, desposada com ele. Talvez essa palavra “desposada” já não cabe mais, pois no primeiro capitulo, Maria estava prometida em casamento a José, então casada com ele. Muito se conjectura sobre essa situação do casal, pois o casamento hebraico se dava em duas etapas: o desposamento, e a noite de núpcias. Nesse sentido, se o casal ainda estivesse na condição de desposados, então, não seriam um casal em situação regular diante da Lei de Israel. Outra contextualização importante, para não cairmos em narrativas ou interpretações romantizadas acerca do fato: José e Maria já se encontravam na cidade de Davi, ao contrário do que muito se pensa, que ao chegar em Belém, a mãe teria dado à luz. Isso é impossível pois uma viagem de Nazaré à Belém era feita a pé, algo impensável para uma mulher no último mês de gestação. Na cidade de Belém ela dá à luz ao filho primogênito. Interessante, segundo a tradição Judaica, a cidade de Davi era Jerusalém, pois foi ali que ele, enquanto rei fixou sua residência. Lucas não concorda. Ele estabelece Belém como a cidade de Davi, porque ela remete ao seu passado de simples pastor. Uma vez mais o catequista pretende transmitir uma mensagem, que é a de mostrar para seus leitores e para a geração seguinte, “o que virá a ser o menino que nasce em Belém”, isto é, qual o sentido que sua vida e missão tomarão, quais serão os destinatários de sua ação salvadora. O v. 6 nos informa que Maria dá à luz ao seu primogênito (hbr. Ya’hid/meu único), o filho por excelência, ao qual são reservados todos os direitos jurídicos, e aquele que, na tradição religiosa judaica, deveria ser consagrado ao Senhor.

No v.7, o relato diz que o recém-nascido foi envolvido em faixas e posto numa manjedoura. Aqui temos um detalhe interessante: Lucas recorre ao Livro da Sabedoria: “Envolto em faixas fui criado no meio de assíduos cuidados; "porque nenhum rei teve outro início na existência; "para todos a entrada na vida é a mesma e a partida semelhante” (Sb 7,4-6). O evangelista pretende assinalar a humanidade de Jesus, uma vez que foi um homem no sentido pleno de sua liberdade.

O menino encontra-se na manjedoura porque não havia lugar para eles na sala da hospedaria. Imaginemos o contexto social da época. As hospedarias eram espécies de grutas escavadas nas rochas. Dentro delas havia galerias onde era possível arrumar um cantinho para ficar, enquanto que os animais ficavam próximos às manjedouras (nos cochos), na estrebaria. Mas nem um lugar nessas galerias havia para a família de Nazaré. Então, muito provavelmente, tenham ficado numa estrebaria, ou numa gruta destinada aos pastores da região, como o resto da narrativa sugere. Lucas que mostrar que Jesus está entre os excluídos. O autor resgata, para isso, a profecia de Isaias: “O boi reconhece o seu dono; o burro o estabulo (cocho) do seu dono. Mas Israel não reconhece; meu povo não compreende” (cf. Is 1,3). Jesus está entre os não acolhidos da história. Um tema que aparecerá, novamente no Prólogo do Quarto Evangelho: “Ele veio para os seus, mas os seus não o acolheram” (Jo 1,11). Ora, se faz necessário recordar que quando a mulher paria, segundo a Lei de Israel, ela ficava impura (por conta do contato com o sangue que saia dela) e, por isso, deveria ser afastada do convívio social até o momento de sua purificação no templo, quarenta dias depois. Nesse sentido, se pode entender o motivo do casal não encontrar lugar na hospedaria e serem realocados para o lugar dos animais, e, portanto, da impureza. No recém-nascido de Belém, Deus faz seu repouso entre os impuros. E será para estes que dirigirá sua mensagem de Salvação.

Lucas, após o parto, descreve os acontecimentos seguintes com uma aureola em torno deles, ao mesmo tempo despojado e misterioso. Temos as narrativas dos pastores, os quais passam a fazer parte da temática da exclusão. Segundo o Talmud, nenhuma condição social poderia ser mais desprezada que a dessas pessoas. Os pastores eram os mais humildes e desprezados porque conviviam com os animais, viviam muitas vezes de pequenos furtos para sobreviverem, pagãos e, por isso, não estavam habilitados para o cumprimento das prescrições legais e rituais do culto judaico, bem como observar as prescrições da pureza farisaica; para os fariseus e judeus de bem, os pastores não eram gente! Eles tornam-se símbolos para todos aqueles que se encontram na exclusão.

Os pastores recebem então uma manifestação divina. São envolvidos por uma luz, e isso lembra, logicamente, outras manifestações de Deus ao longo do AT. O “anjo do Senhor” aparece pela terceira vez neste bloco literário do evangelho da infância de Jesus: a primeira, no templo, comunicando a vida João à Zacarias; depois, o mesmo mensageiro, comunica a vida de Jesus à Maria. Agora, o anjo do Senhor (que, de acordo com a tradição judaica vem sempre com a espada nas mãos para exercer a justiça e castigar os pecadores e maus) aparece aos pastores – símbolos dos pecadores. Não para julgar e castigar, mas para comunicar um evangelho de vida. Lucas quer ensinar para sua comunidade que o projeto de Deus que se inaugura em Jesus envolve a todos; não exclui a ninguém; não condena os pecadores, mas os abraça. Os envolve. Por isso, o evangelista declara que a Glória (hbr. Kabod) do Senhor os envolveu. A Glória não é o brilho, o esplendor. Mas a presença real de Deus. A Presença (A Glória) de Deus (o Senhor) abraçou (envolveu) a todos, sem distinção. 

Isso é muito interessante: o anjo lhes exorta, primeiramente, a não ter medo, porque o temor para com Deus não deve ser uma barreira. Em segundo lugar, lhes dá um motivo: um evangelho de alegria para todo o povo: nasceu para vós o Salvador, Cristo, o Senhor! A palavra Salvador (gr. Sôter) é, primeiramente a tradução do hebraico Yeshua – Jesus. Mas, ao mesmo tempo, era o título empregado ao imperador romano. Lucas quer assinalar que não é este o salvador. A salvação repousa no menino de Belém. Cristo é tradução grega do hebraico messias, que significa o “ungido”: é o delegado, o enviado, o portador e executor do senhorio e da vontade de Deus. Tudo isso acontece na Cidade de Davi.

O mensageiro celestial (Deus mesmo) lhes dá um sinal para encontrar o menino: deitado numa manjedoura, envolto em faixas! É encontrar, portanto, a criança colocada no lugar da exclusão! O sinal que anjo dá aos pastores no campo não é um sinal grandioso. Não poderá ser encontrado na opulência do palácio de Herodes ou de Otaviano. Nem no esplendor do templo de Jerusalém. Tampouco entre os poderosos. Mas colocado em meio a paus trançados – a manjedoura. Porque não havia lugar para eles (Lc 2,7). Na estrabaria encontra-se a Glória e a misericórdia de Deus feitas Carne. Deus fez-se encontrar entre os pequenos e excluídos optando e empoderando-os.

Na manjedoura de paus trançados, prefigura-se o mistério da Cruz. Porque ela torna-se, na verdade, o questionamento decisivo que o Deus de Jesus faz a cada pessoa, de todos os tempos e lugares: se desejais ver e buscar um Deus forte, potente, esplendoroso, glorioso, deveis procurar outro; este “não sou eu”. Na cidade de Belém já se vislumbra o que virá ser esse menino. Belém (do hebr. Beth-lehem) significa Casa do Pão. O menino será Pão para humanidade. Servirá de sustento, e será doador de Vida. Pão repartido, moído, despedaçado na Cruz. O sinal do menino envolto em faixas é sinal da inversão escatológica: Deus que inverte a lógica dos poderosos em favor dos pequenos.

Na narrativa, imediatamente após o sinal dado pelo Herói de Deus (Gabriel – Gebehr), aparece uma multidão da corte celeste para proclamar que a Glória (presença) de Deus, desde o mais alto dos Céus, agora se faz presente na terra, na história humana para inaugurar o Shalom, a paz. Lucas faz memória também do Sl 84. A realização plena (plenitude) – Shalom da vida e do querer de Deus, comunicada e destinada a todos! Não somente aos de boa-vontade (tradução equivocada do texto, que dá a entender que só pode ser salvo quem tem a boa-vontade de fazer a vontade de Deus). Mas uma salvação que atinge e abraça a todos.

Que a festa do Natal do Senhor possa abrir as portas de nossos corações para a hospitalidade para com o irmão e a irmã que não encontram lugar em nosso meio.  Se quisermos ver o menino, deveremos lançar o olhar para a estrebaria e para a manjedoura. Ele está ali, com os últimos e excluídos.

Possamos nós estarmos entre os pastores que recebem este evangelho: Deus põe seu Agrado em nós, através de Jesus, seu Filho. Possamos estar onde o menino está; no lugar da opção feita por Deus. Eis o Mistério desta noite Santa.

Bom Natal!

 Pe. João Paulo Sillio.

Santuário São Judas Tadeu, Avaré / Arquidiocese de Botucatu-SP.